Entenda quando e como pedir uma liminar judicial para garantir acesso rápido às terapias e medicamentos necessários ao tratamento de pessoas com TEA
Descubra como funciona a liminar judicial para garantir o tratamento de urgência de pessoas com autismo. Saiba quando é possível recorrer à Justiça, quais documentos apresentar e por que esse recurso pode ser essencial para iniciar terapias como ABA, fonoaudiologia e medicamentos pelo plano de saúde ou SUS.
Quando se trata do acesso ao tratamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o tempo é um fator determinante. Quanto mais cedo a intervenção começa, maiores são as chances de desenvolvimento nas áreas da comunicação, comportamento e autonomia.
Por isso, em casos de negativa de cobertura pelo plano de saúde ou demora por parte do SUS, a saída muitas vezes está na Justiça — e com pedido de liminar.
Neste artigo, explicamos o que é uma liminar, em quais situações ela pode ser usada e como ela ajuda a garantir o início imediato do tratamento para autistas, mesmo antes do julgamento final do processo.
O que é uma liminar?
A liminar é uma decisão provisória e urgente, concedida por um juiz logo no início do processo, com o objetivo de evitar danos irreversíveis enquanto a ação ainda está em andamento.
No caso do tratamento de autismo, a liminar pode ser usada para obrigar:
- Planos de saúde a autorizarem imediatamente as terapias prescritas
- O SUS a fornecer medicamentos ou agendar consultas e exames rapidamente
- O Estado ou Município a oferecer profissionais especializados (como mediador escolar ou acompanhante terapêutico)
Por que a liminar é importante no caso de autismo?
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento, e o tempo faz diferença.
Médicos e especialistas são unânimes ao afirmar que a intervenção precoce e intensiva é essencial, especialmente nos primeiros anos de vida.
Por isso, aguardar meses por uma decisão final da Justiça pode comprometer o desenvolvimento da criança.
A liminar permite que o tratamento tenha início imediato, com base nos direitos fundamentais à saúde e à dignidade da pessoa humana, garantidos pela Constituição.
Quando a liminar é solicitada?
A liminar pode ser solicitada logo no início da ação judicial, quando:
- O plano de saúde nega a cobertura de terapias (como ABA, fono, psicologia, TO, etc.)
- Há limitação abusiva de sessões
- O Estado ou município não disponibiliza profissional de apoio escolar
- O SUS demora a fornecer medicamentos ou agendar atendimentos essenciais
É necessário demonstrar urgência, risco de dano irreparável e que o direito é plausível — ou seja, há base legal e médica para o pedido.
Quais documentos são importantes para conseguir uma liminar?
Para fortalecer o pedido, é essencial apresentar:
- Laudo médico com CID F84.0 (TEA)
- Prescrição detalhada do tratamento ou medicamento (com frequência e justificativa)
- Negativa formal do plano de saúde ou comprovante de demora pelo SUS
- Comprovantes de vínculo com plano de saúde (se for o caso)
- Documentos pessoais do paciente e responsável legal
Quanto mais completos os documentos, maior a chance do juiz conceder a liminar rapidamente.
A decisão é imediata?
Sim. Após a distribuição da ação, o juiz pode conceder a liminar em poucos dias — às vezes em menos de 48 horas, dependendo do caso e da urgência demonstrada.
A partir do momento em que a liminar é concedida, o plano de saúde ou órgão público é obrigado a cumprir a decisão imediatamente. Caso contrário, o juiz pode aplicar multa diária ou outras penalidades.
A liminar é definitiva?
Não. A liminar é uma medida provisória. O processo continua até a sentença final, mas o tratamento não precisa esperar esse desfecho.
Na maioria dos casos, as decisões liminares são confirmadas na sentença, principalmente quando o direito à saúde e as recomendações médicas estão bem fundamentadas.
Conclusão
A liminar é um importante instrumento jurídico para garantir que pessoas com TEA tenham acesso imediato ao tratamento que precisam.
Diante de uma negativa ou demora injustificável, entrar com uma ação judicial com pedido de liminar pode ser o caminho mais rápido e eficaz para proteger o direito à saúde e ao desenvolvimento da criança.